terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Parei de Brincar




Parei de brincar.
Brincar deixou de ser divertido; passou até mesmo a ser doloroso muitas vezes. Quando brincamos, não somos levados a sério. É dura a vida de quem vive de risos escandalosos, como eu.
A verdade é que não há vivência alguma, apenas uma opção de sobrevivência. E ser sério não é coisa boa a se fazer. Ninguém sonha em ser sério quando crescer. Eu também não sonhava. Sempre gostei mais das risadas de doer a barriga que eu dava com minha irmã quando criança. Os motivos eram os mais diversos e nem sei se eles tinham tanta graça assim, mas nós tínhamos a alma voltada para a alegria, por isso ríamos tanto.
Será que acontece sempre de a gente crescer e desejar parar de rir? Isso seria como matar os sonhos, matar a criança que há em nós? Por que não posso ser eu mesma para ser adulta? (adulto e não chato- são coisas que deveriam ser mesmo diferentes uma da outra, mas não são).
Deve haver um lugar diferente deste aqui e menos cruel, onde pessoas verdadeiras são levadas a sério, onde dar a palavra basta para que acreditem em nós, onde não somos julgados ou injustiçados por quem quer que seja. Ando pensando muito nisso...
Um dia, todos nós olhamos para trás e vemos coisas que perdemos. Estou olhando para as minhas agora. Perdi muito. Perdi oportunidades preciosas de ficar calada e seguir com a vida, de chorar menos, de me importar menos, de me resguardar. Perdi a chance de ser menos sensível, menos frágil, menos boba e a chance de dar menos importância para o que quer que seja, mas o tempo passou. Perdi a oportunidade de aprender a ser séria e, com isso, perdi também a oportunidade de sofrer menos...
Mas isso são só filosofias que passam em minha cabeça pela madrugada. De dia, continuo sendo feliz.
Tatiana