quarta-feira, 14 de março de 2012

Infinita...

Lamento... Eu mascaro o choro que vem de dentro
Porque já sonhei mais
Porque já me senti mais linda
Porque esqueci o “para sempre” e o “jamais”

E a cada ida e vinda
Esse gosto que tanto faz...

Porque já sonhei com o Forte e as ondas batendo
Com o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor
Com os desejos ardendo
E em conhecer o Arpoador

E a vida é tinta
Que se desfaz...

Porque, logo eu, pequena errante,
vi do alto da roda gigante
A torre do Othon, que vislumbrei
O lugar que sempre sonhei

E a paisagem era linda
E eu, tenaz...

Um dia, o calçadão de Copa
Ou a festa perdida em Olaria
Um dia, a vida que roda
No outro, aqui sozinha (sofria...)

E a vida é infinita
E à razão nos traz...

Não há refrão que corrija o destino
Não há palavra que mude o presente
A paixão se vai com o desatino
E essa bebida não altera a mente

(Não suficientemente...)

E a coisa é tão finda
Que aos poucos se desfaz

(Ou deveria ser...
Há quem não tenha anoitecer...)

Talvez seja ainda mais forte
E mais “para sempre” que qualquer jura no altar
Porque existe quem seja o norte
O que nasceu para não acabar

E assim é ainda mais linda
a noite saudosa que se faz

Nos sorrisos dos olhos covardes
E dessas esperadas tardes
E a palavra não dita
(Boca calada e maldita)

Porque tenho que dizer adeus
E peço sentir menos disso tudo
A Deus...
Peço não sentir o luto
Terei de ficar junto aos meus...

Adeus ao anjo dos meus sorrisos
E ao dono de todos os calafrios
O que fez de mim um coração batendo
Uma manteiga derretendo
Um desejo corroendo
Muitas coisas melhores em mim
E essa saudade sem fim

Sem fim...

Porque a coisa é linda
E, em saudade, sempre se refaz...

E a coisa termina e se faz
E de tão infinita se refaz
Faz
Refaz
Satisfaz e não desfaz
Espera e traz
Mas é linda
E não termina

Nunca mais...