sexta-feira, 28 de março de 2008

Leitura- meu mundo paralelo




Meu mundo paralelo
De sensações arrebatadoras
De palavras e contextos surpeendentes
Causador de minhas escritas sonhadoras

É nele que viajo madrugadas
Sonhando paixões e passionalidades
Grito medo, riso e rima
Sou mocinha, vilã, assassina
Mundo de minhas insanidades

Seria eu ínvisível criatura
Se não houvesse os livros
Se, neles, não perdesse os sentidos
Se não amasse a literatura
Se não partisse, toda noite, de minha varanda escura
Para deleitar-me no vasto mundo da leitura.

domingo, 16 de março de 2008

Outras Meninas

Sempre fui como as outras meninas. Sonhava em ser princesa. Um dia, um príncipe lindo me resgataria de minha varanda em seu cavalo alado. Sempre sonhei com as histórias perfeitas, com os finais felizes, em ser rodeada de pessoas completamente boas.
Sou a menina que chora quando volta pra casa, mas tenta parecer feliz novamente no próximo dia. A felicidade não desiste de mim, ou eu não desisto dela: convivemos com respeito e silêncio mútuos.Ela finge não me iludir e eu finjo não saber.

Cresci achando que era como as outras meninas. Descobri aos poucos que nunca serei uma princesa, que não há fadas madrinhas e que a gente tem que ralar muito para ter um final feliz. E que não é o final o que realmente importa,mas o caminho que percorremos tentando conquistá-lo. Cresci aprendendo a desistir da idéia de sonhar.

Sou a mulher que não acredita em contos de fada, que tem uma alma onde não há mais encanto, mas luta para conservar um sorriso em tempo quase integral.Saí do sonho para a realidade esmagadora. E é com ela que convivemos todos os dias. Aprendi a dar valor aos dias de natureza abundante, em qualquer lugar da serra do Rio; aprendi que a palavra “férias” tem muito mais acepções do que eu imaginava; aprendi a ser boa companhia para mim mesma e a falar bobagens, pois assim a vida é mais leve; consigo entender também porque um palhaço pode ser triste.

Absorvi conhecimentos mil, mas daria tudo mesmo é para voltar a ser como as outras meninas...

sexta-feira, 7 de março de 2008

Pseudo-soneto de Solidão




Perdi-me.
Talvez me encontrem nesta caverna escura
De paredes revestidas de saudade

Parti-me.
Insensatez buscar a cura
Quando se sabe o quanto é tarde

Convivo com minhas úlceras sentimentais
Procurando cor, perdendo riso
Sentindo dor, não tendo siso
Meu corpo e suas feridas banais

Um dia, a perder-me em meu coração,
Encharcada com meu pranto
Pude enxergar algum encanto
Nesta indizível solidão