sábado, 27 de dezembro de 2014

Lágrimas borrradas

Embaixo do delineador borrado
As lágrimas vermelhas de alguém que sente dor
Passam-se as horas
mas não se passa o pranto
Passa-se a fome e a vontade de sorrir

O sono que não quer que chegue
O que se quer é ficar perto do Senhor
É Ele que conforta as lágrimas solitárias
Que se espatifam no chão

Quero voar com as araras
Quero voar como Peter pan
Quero nascer sorriso
Quero noite de amor

E sonhar com estrelas brilhantes
E lua cintilante
E com o carinho que vem depois

E que não caiam lágrimas
Nem doam mágoas
E que cesse a vontade de matar
Qualquer coisa, ou alguém que seja

Jogar-se-iam bombas passionais
Em cidades e pessoas
Em bares e ruas

E, em lembranças cruas,
O último tiro
Sem último desejo
Nem último suspiro

Apenas matar
Apenas cessar
Apenas um grito

Geração Legião

Dia de chuva:
Sempre dá um desespero dentro da gente
Faz que molha
Mas não leva os resíduos de dentro de mim
Faz beleza
Mas a tristeza está em todo lugar

A fumaça do meu corpo
As cinzas de alguma saudade esquecida
Voltam com a chuva ao seu cantar

Madrugada acordada:
Esperando o quê, eu não sei
Talvez um arco-íris junto à chuva
Poderia alegrar um pouco a noite
Junto ao sol, vento e nuvem

Escuridão me deixa alerta
Me deixa à vontade
Com o colorido que vejo nesta imagem

Minhas viagens, totalmente fora do normal:
Eu vejo no céu as linhas tortas de uma ilusão
Eu vejo as cores brilhando, como na televisão
Eu vejo tudo de um jeito meio down

A madrugada confirma a minha geração
Que diz com poucos acordes
E muitas palavras
Que, de madrugada, eu sou apenas humana
Que, de madrugada, eu sou Legião Urbana

Procuro um lugar


Procuro um lugar no amor que há em mim. Ele esmurra minhas veias e aperta meu coração quando está em estado de carência. O amor que tenho no peito é aquele que quer ser amado e me comove com tantos gritos de dor, de solidão.

Procuro meu lugar nas esperanças solitárias e em palavras humanas, que vez em quando sopram-me o ouvido e acarinham minha dor.

Procuro um lugar onde eu e minhas cansadas parafernálias sentimentais possam descansar. 

Esse mundo, que é o meu lugar, que pode ser o peito em que me aconchego e me sinto em casa, encontra-se ao meu lado - e cheio de poderes para me fazer feliz.

Todos os sorrisos, todos os carinhos e todos os olhares, que procuro nas lembranças alegres de minha alma, alimentam meu amor revoltado, até que fique louco de ansiedade - e deseje uma noite, pelo menos, com um comprimido de um calmante qualquer. 

E com tantos prantos sem que ninguém saiba, no vazio das tardes tão quentes, o medo de estar mais sozinha do que penso, com ilusões infantis, medindo gestos e palavras; e sentindo-me ainda menor que minha pequena estatura.

E nessa desesperadora situação em me encontro, não há a esperança, que um dia foi dona de mim; há, no máximo, a lembrança daquele tempo...
Aquele indizível tempo em que eu não era assim.

Coração Negro


Coração negro

Doentio como o desconexo tempo

Sangra a voz não entendida sobre inabalável dor

Há a ponta da faca estendida em direção ao peito

Que implora a fala compreensiva do amor

Que deseja o abraço e a borracha que apagaria o indelével passado

Nada é maior que as escrituras feitas por lágrimas e infelicidade

A felicidade cobra cada gota derramada de suas vísceras dilaceradas

E prova, por desagrado e sopro, que ela não lhe será servente

Que nunca será sua a paz eterna da ausência de suas taquicardias

Se foi infeliz, que o seja para sempre, c
omo um maldito

À margem de sorrisos breves e à beira da loucura que lhe é inerente 

Por, simplesmente, existir

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Casamento: o único romance

Para Paulinho Aguiar

Muitos casais vão morar juntos, o que nem sempre significa dividir a vida. Alguns, quando moram juntos, sim, se casam - mas são poucos. Os relatos que ouço são "resolvi morar junto porque já sabia que essa pessoa não era para mim. Seria mais fácil de me separar depois". E é fato. Quando se mora junto, basta sair de casa e levar suas coisas - pronto: separação concluída!
Casar, "de papel passado", gera um compromisso de realmente sermos felizes para sempre e não basta ir embora para se separar. É preciso assinar o desfeito, assinar que se fracassou - e, depois de assinado, não há volta possível. Não há como voltar a namorar uma pessoa com quem se assinou um divórcio. É difícil até de se manter qualquer contato, pois não há mais por quê, já que se esgotaram todas as possibilidades de se relacionarem. Mas morar junto, na maioria das vezes, são namorados que estão "vendo qual é", sem o menor compromisso de darem certo. Podem ir e vir de seus relacionamentos como bem entendem (vejam bem, não estou generalizando, mas é o que ouço de quase todos que se juntam, ou já se juntaram, e eu posso dizer de carteirinha ). O casamento, o oficial, gera uma sensação definitiva que quem só mora junto nunca conhecerá. E, se conhecer, entenderá perfeitamente este meu texto.
Há vários motivos para se "juntar": testar se vai dar certo; não ficar só; facilitar deslocamentos; dividir contas; e até ter um filho (e isso nem sempre significa formar uma família) - dentre outros motivos que envolvem "facilitar a vida". Porém, casar mesmo envolve apenas um objetivo: constituir uma unidade. Você passa a ser a família do outro e ele a sua - com ou sem a presença de filhos. É um pelo outro, lutando pela vida, para o que der e vier. "Na saúde e na doença..." Se o outro cai, você cai junto, mas o ajuda a se levantar. São cúmplices, parceiros, comparsas, um só, acima de tudo. Dois que se completam e formam um. É um sentimento que corre nas veias em uma única assinatura (só quem vive sabe). E é lindo. É forte.
Claro que estou falando de gente de verdade, não de troços que buscam uma assinatura para ter pensão depois. Essas pessoas não existem no meu texto. São desconsideradas, pois, justamente, não possuem nenhum valor.
Voltando ao amor, que é, sim, a maior força que move o Universo: casar é dividir tudo. E, nessa divisão, só há soma.
Quem se casa, de verdade, conhece profundamente a palavra "união". Dói em você, dói em mim; faz bem a você, faz bem a mim... Ah, e quem realmente se casa não se separa. Não entendo quem diz "Fui casado"... Desculpa. Não foi. Quando se casa, objetivo básico: juntos até o fim. Portanto, se houve separação, não houve casamento. Houve uma tentativa fracassada, como um casal que morou junto e depois foram morar em casas separadas - casamento é OUTRA coisa. Um casamento, de verdade, é aquele em que as pessoas se unem pelo amor, que é simplesmente maior que qualquer sentimento que já haviam imaginado; é quando você descobre que todas as vezes em que disse que amava alguém, você não fazia a menor ideia do que era o amor. Porque o amor não é algo que se repete - só se sente uma vez na vida, quando se tem esse privilégio... E aí não se arrumam desculpas para não assinar e não usar aliança; nem se arrumam desculpas para terminar um curso em uma cidade, enquanto "marido" ou "esposa" vivem em outra (coloco entre aspas mesmo, pois não são maridos e esposas de verdade). Quem ama, mas ama de verdade, não se separa, faz de tudo para acompanhar o outro e para deixá-lo seguro, com todas as simbologias que existem. Quem ama não hesita em se casar, fazendo jus ao real significado do casamento: juntos, como um só, para sempre. Eu e meu marido, quando brigamos, falamos um para o outro: "Eu procurei você a vida toda. Não podemos perder tempo com isso." E não perdemos. Nosso tempo é gasto com a simplicidade e a grandeza de sorrir junto. E é o que eu mais amo em o amar.
O amor transforma, purifica e se mostra o único a ter sentido. Quando se tem o privilégio de vivê-lo, pouco importa onde morarão, ou até mesmo as ambições ou objetivos profissionais. Eles são levados em conta se somarem à família, em felicidade e bem-estar, ou serão substituídos. Porque tudo mais é supérfluo. O que importa é viver seus dias juntos, em paz. E qualquer coisa ou pessoa que ferir isso será descartada. O que importa é mesmo somar.
Por isso que eu, que já assinei uma vez pensando em me separar (despropósito total) e jurei que no meu futuro jamais me casaria, e meu marido, que sempre jurou nunca assinar com ninguém (ambos por todos os motivos já expostos, sabendo que jamais fomos casados antes), quando nos reconhecemos como AMOR um do outro e fomos arrebatados com a bênção de sentir a maior força que move a vida (nítida nos nossos olhos), mudamos todas as nossas convicções rapidamente. Nosso amor é nossa fortaleza, e nossa união merecia mesmo se chamar casamento. Defendemos um ao outro com unhas e dentes. Somos como leais mafiosos, cúmplices em absolutamente tudo (como é engraçado ver pessoas tentando chegar a um de nós com intenções escusas, achando que não dividiremos um com o outro). Somos um só. O ouvido de um é o ouvido do outro; o coração de um é, na verdade, do outro.
O amor se desperta por afinidades. Pessoas que colidem não duram juntas e não podem se amar. Muito menos se casar. Quem se casa de verdade não sente raiva com brigas ou vontade de ir embora. Pelo contrário: sente-se profundamente triste se brigar e faz de tudo para se tornar uma pessoa melhor para o outro. Em relacionamentos falidos, há muitos desencontros de pensamentos. E, se há tantas divergências, alguém começa a mentir para não se indispor - e casamento não se constrói com mentiras. E aí há a " separação". Mas, na verdade, não existe separação, pois ela só surge onde nunca houve união.
Alguém pode ler isso, pensando em mim ou no meu marido, assim: "nossa, então ele (ou ela) mudou muito. Sim, mudamos. E para melhor. Ainda bem que não somos obrigados a sermos os mesmos para sempre e nos damos a oportunidade de evoluir. Não fomos mesmo muito bons para ninguém, mas não poderíamos: precisávamos um do outro para sermos perfeitos. Não existem pessoas perfeitas, mas existe a pessoa perfeita para você. E só para ela você também será perfeito. É preciso encontrar quem desperte o nosso melhor (pois há quem desperta o pior de nós. E é claro que essa pessoa não serve). Vejo as pessoas falando que casamento é difícil, que a convivência estraga, quando, para nós, isso é tão fácil... E tão certo.
Eu e meu amor somos absolutamente iguais em tudo: da música à gastronomia; dos ideais às aptidões; da maneira como tratamos as pessoas ao temperamento; da forma de ser doce à forma de discutir; do amor à arte ao desprezo pelos que se vendem; da admiração por quem vive de bem com a vida ao asco pelos arrogantes; das amizades às inimizades. Somos um. Quem é amigo dele será meu também; quem for inimigo, idem. Vice-versa. Não existe nos dividir. Não existe contexto em que não temos nada a ver com isso, pois, caso se trate de um, é porque se trata do outro também. Não existe ele ou eu. Existimos nós. Nós não moramos juntos, apenas; nós nos casamos e juntamos todos os nossos pacotes de família e bens em um só lugar, pertencendo aos dois: livros, cds, cachorro, filhos, afilhadas, sobrinhos, computadores, pais, avós, televisão, sonhos, cama, instrumentos musicais... Não deixamos nada para trás porque não há para onde voltar. Nosso caminho é trilhado junto e projetado para o nosso futuro. Somos uma família (que está crescendo agora). Um só existe porque o outro existe. Simplesmente porque nos amamos e somos realmente casados, vivendo não o nosso último, mas o nosso único romance: somos indivisíveis, dividindo tudo, a fim de somar, para sempre.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Não divida

Sentir-se só é uma constante que dificilmente passará.
Haverá alguns momentos em que compartilhará alegrias. Principalmente alegrias.
Porque, na dor e nas nossas inevitáveis falhas e sentimentos pequenos, é muito difícil encontrar solidariedade e comunhão.
Há sentimentos que são únicos e impronunciáveis. Simplesmente indivisíveis.
Dividir absolutamente tudo e receber compreensão é um céu inalcançável.
Não divida. Guarde.
Não seja. Finja.
E, cansado, ceda ao fato de ser adulto (e, por isso, não poder falar o que sente).
Ceda ao fato de que sua paixão inflamada e eterna deve ser diminuída e podada.
Tranque-se, pássaro engaiolado, em tudo que não deve dizer ou sentir.
Tenha sensações ocultas de raiva, lamentação e solidão.
E não esqueça: não divida.
Você deve ser perfeito para ser compreendido e apoiado pelo mundo.
Tenha, sozinho, pensamentos rodrigueanos de ciúme e homicídio.
E, quando estiver com a faca cravada em alguma carne apodrecida e perguntarem, cinicamente, por quê, responda:
Não fui eu. Nada sinto.

Descrente

Há os momentos de grito entalado e de saber-me tão pequena e impotente, como formiga diante de girafas e elefantes.
Hei de me saber e conhecer o meu lugar.
Hei de me decepcionar e engolir saliva seca, que mal chega à garganta inflamada.
E de sentir uma dor que ninguém sente, uma solidão personalíssima, exclusivamente minha e incompreensível para quem não está em mim.
Não há ninguém em mim que não seja eu: verdade dura e indelével.
Cansada de ser só em minhas pequeninas vontades de ser melhor e de agradar (a todos e a Deus).
Haveria sonhos lindos em mim.
Mas todo sonho é utopia de seu sonhador - os meus não são diferentes. infelizmente.
Amo e me canso de amar além da minha competência.
Meu amor ilimitado é limitado pela justiça dos homens e pelos acordos dos céus.
E, por finalmente perceber isso, eu, antes tão temente e preenchida de fé, torno-me cada vez mais descrente de tudo que há em cima da minha cabeça e embaixo dos meus pés.
Peço piedade e um pouco de compaixão àquilo que não creio mais e me revolta pelos desgostos desnecessários sofridos.
Sou mera operária dos fortes e prepotentes.
Em tudo.
A vida é de quem faz doer.

Ao filho que eu não tive...

Ao filho que não tive, pensamentos constantes de amor e essa saudade imensa do que não vivemos.
ou será que vivemos em algum plano desses, que só Deus sabe?
Espero ter podido abraçá-lo em qualquer lugar ou época, porque sinto a falta de todos os sorrisos que não vi ou vivi com ele.
Queria vê-lo lambuzar-se com a papinha e fazer coisas engraçadas e fofas de neném.
Queria ter podido vê-lo cair num soninho calmo, sentindo-se protegido com a minha presença.
Ao filho que não tive, todo o amor que tenho para dar e mais todo o amor que precisasse, pois buscaria mais em cada estrela, se pudesse.
Ao filho que eu não conheci, que nem soube ser menino ou menina, o melhor de mim, com a sinceridade mais profunda da minha alma.
Ao filho que não tive, minha dor e minha lembrança infinitas...

Morte

Já me conformei com a morte inevitável.
Eu, deixando de existir, aos poucos, para você.
Eu, ser cujas parafernálias insignificantes são pó, perto de seus inúmeros afazeres de dedicação.
Eu, que sou só, e serei sempre assim, errante menina sufocante - e sufocada - pelo sonho que não teve direito de sonhar.
Eu, menina pouca, curta menina, pequena, baixa, aprendiz.
Eu nasci para sorrir esperança e morrer sonhos (todos se vão).
Eu, que sinto a falta da compreensão - não sinto falta da depressão...
Eu, menina que morre, calada em seu leito, aconchegada em seu próprio peito, que não fabrica o leite de mãe.
Eu, sem filho, sem lar, sem fé.
Perdida sem o que sou.
Menina do sorriso cansado, mulher desesperançada, rindo de si mesma - como coitada.

Se eu morrer...

(Para Paulinho)

 
Se eu morrer, deixo para você o meu amor
Deixo as flores que me deu com toda a alegria que senti
Deixo a você o que eu tenho de melhor, para fazê-lo sorrir
Eu deixo o perfume e a lembrança mais linda
Tudo de melhor sempre foi para você - e com você...
Se você me deixar ou não me entender
Se você não me olhar ou me ofender, ainda assim, o que é melhor é seu
O que eu tenho de bom é para você
Porque minha alma está condicionada ao seu sorriso
Se ele não existe, não há vida em mim
Sequer há alguma existência para chamar de "eu"
Porque sou sua
Em prosa e poesia
Se eu morrer e se eu viver...

domingo, 27 de abril de 2014

Eternidade (Para Paulinho)


Hoje a luz do sol e a brisa fria atuam em conjunto para um dia perfeito.
Vejo seu rosto tão perto. Cansado, mas sorrindo para mim, enquanto o vento chacoalha as folhas verde-brilhantes atrás de você. Essa é a imagem da felicidade. É o momento em que sinto uma vontade imensa de viver. Nunca esquecerei como tudo em você reluz e encanta cada fio de vida da minha alma e cada poro da minha pele. Sou completamente sua, no sentido mais inteiro e mais literal que existe para a palavra "completamente"; e, de fato, não existe nada mais preenchido do que eu, saciada por você.
Existe a metade e o pouco, que sou eu; e o inteiro e o muito, que somos nós. Não importa que haja adversidades. Serei fielmente seu escudo e sua lança - para defesa, ataque, risos ou lágrimas. São seus meus abraços, beijos carinhos e pensamentos - todos!
E, se um dia morrer de amor: eu vou, e o meu amor fica... Para você. De tão grande, eu o sei eterno. Infinito na sua existência, pois só existe a minha porque você existe. Se viver para sempre, viverei também, na minha ilimitada necessidade de o amar. Se morrer, vou antes para o acolher, sem nem ao menos me preocupar em sentir medo da morte. Afinal, não existe mesmo vida sem você. Eu sou sempre atrelada à sua, ao seu amor e ao seu peito,  minha casa e paz profunda, meu lar indestrutível, como tudo o que sinto por você. Lindo, perfeito, infinito. Todos os segundos agradeço o seu amor. Não haveria ar em meus pulmões se ele não fosse meu. Não haveria motivo para ser ou querer ser qualquer coisa que fosse.
Todas as poesias da minha alma são suas. Toda cor que enxergo brilha em você. Toda motivação em ser melhor vem dos seus olhos, que jamais quero vê-los decepcionados. Todos os meus sorrisos são seus.

Todos os meus desejos mais íntimos e indivisíveis clamam sua boca e seu corpo, porque sou exclusivamente sua. Tudo o que eu chamo de vida está em você, minha vida. E é fato que nada houve antes de você. E nada será, se não me houver você - razão única de eu saber o sentido de tudo: o amor - único, exclusivo e que não se repete.; norte verdadeiro e absoluto, em eternidade.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Esses Dias

(Para Paulinho)



 Esses dias, que seriam tão normais, com um livro nas mãos e um filme na tevê
Mas esses são os dias frios, com segredos de edredon, queijos,vinho e você

Esses dias leves de conversas madrugadas, em ótimos sons
Esses dias de sorriso e suaves risadas - como são bons!

Esses dias em que nos permitimos ir aonde quer que fosse
Esses dias sem decidirmos muito - momento doce!

Esses dias, em que sou movida por um impulso de sorrir
Essa vontade de me alimentar do que me faz sentir

E de devorar seu cheiro entorpecente
E de beijar o som de sua voz quente

Que aquece meus sentidos
E aguça meus ouvidos
Quantos suspiros!
Ah, esses dias frios...
Quantos calafrios!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ofegante


(Para Paulinho)

A alma crua desliza no papel em branco, transformando-o em um pouco de preto pálido, enquanto há uma mente impulsionando a necessidade de sorrir. Com certo brilho nos olhos e muita inspiração, ela suspira. E, enquanto suspira, o gosto da boca que deseja é sentido junto à sua, numa respiração levemente ofegante, em um ritmo que se acelera, semelhante à sua necessidade de se sentir viva.
Nada é mais revelador que a respiração fora do compasso natural do Universo. Quem a olhasse, perceberia em sua face, externando, enrubescida, a sua pulsação. E aquele sorriso leve, no canto da boca, aquele sorriso senhor de seus sentimentos mais ocultos, guardado em seu escaninho interior, denunciava seus verdadeiros anseios. Seus sentidos confundiam-se: cheirava com as mãos, sentia o tato com a língua, saboreando texturas e respirando as cores que se formavam à sua frente. E os sentidos a escravizavam do desejo de sentir mais e de se reconhecer em tantas sensações ofegantes.
Havia ainda aquele calafrio que lhe subia a espinha, concluído em um sopro leve que passava por seus lábios frios, aquecendo-os na temperatura exata de sua intensidade. Essa força violenta de sentir o desejo, de respirar a vida que lhe corre as veias.

E um som sussurra em sua pele, como soco no estômago: paixão!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Inspiração


Ele é um menino. Garra e sonhos nos olhos.

Ele é lindo. Sensibilidade nas palavras e encantos na face. 
Tanto que fica derretida a mulher do outro lado da tela do computador.
Ele é um menino. Talentoso, carinhoso, artista nato. 
Tão intensamente inspirador, que falta um pouco o ar à mulher que, nesse momento, já tem os olhos brilhando, como se lhe devolvessem a alma de menina.
E, de repente, valem a pena as noites insones, exalando poesia pelos dedos dedilhantes.
Madrugadas afora de intimidade mútua, natural, sem nenhum esforço. Amizade pura e recíproca. De cumplicidade de almas que se aproximam pela afinidade latejante de palavras e pensamentos. 
E o que intriga a mulher é que o menino a faz sorrir.
É música e poesia. Vida em forma de arte. Arte que é vida.
Mas ele é só um menino! 
Ela então percebe o engano: ele é o homem; ela, a menina.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Copacabana

Gosto de andar pelo Rio de Janeiro da zona norte à zona sul
E de pensar no sorriso de quem me faz tão bem
Gosto do que sinto quando passo pela Avenida Atlântica
Do coração, acelerado, pulsando a nostalgia e a alegria,
Enquanto penso que grande parte de mim ficou ali,
Parada no tempo em que, para tudo, não havia o que dizer
Afinal, serão sempre mais do que palavras


Mais do que palavras... Ah, essas palavras que me faltam
Toda vez que tenho algo a sentir
Essas palavras que não tenho
De que não sou dona
E não me sinto digna de proferir,
Apesar do vasto vocabulário no Houaiss em minha estante...
Ainda assim, perco-me em sentimentos intraduzíveis!


E eu, que achava que a adolescência acabava aos 19...
Sei bem que nada sei
Sinto-me mais tola do que nunca!
Sei menos ainda esconder meu coração
Apesar de também não o saber dizer


Escrevo redondilhas durante a madrugada
Que continuam não encontrando o quê de que preciso falar...
Tenho medo de desaparecer de mim o som da batida de meu peito,
Quando passo por Copacabana,
E, mesmo que ninguém entenda, não:
Eu não prefiro Ipanema!
Pois é Copa a testemunha de que meu músculo involuntário existe
Embora não existam as palavras para dizê-lo...


E eu, que achava que manteria para sempre a coragem que carregava na sétima série,
Quando tinha respostas na ponta da língua para absolutamente tudo...
Mas palavras me somem quando penso nos dias de semana na Lapa
E no mesmo ônibus que me levava à Presidente Vargas,
Depois dos longos minutos ajeitando os cabelos
E escolhendo o perfume...

(Gosto que seu cheiro seja igual ao meu:
Toda vez que respiro, lembro você)


E há um trecho de vida martelando a cabeça
De conversas de casos e besteiras
De segredos escapados
Fechando e abrindo a geladeira a noite inteira
E sabendo que não adianta buscar as palavras:
Estão perdidas pela cidade...
Perdi a chance de encontrá-las dentre as canequinhas do Manoel e Joaquim
Tão feliz, ouvindo o samba da Portela, vendo sorriso e brilho nos olhos...



Esse Rio que conhece meus segredos
E eu, que virei boba de repente
E, em todos os sorrisos e sonhos imaginados,
As palavras daquele momento final
As palavras que bem conheço
E que teimam em não conseguirem ser ditas!


Eu, que conheci, agora, o que é ser covardemente ridícula,
Que tomei consciência demais...
Lembra como já fui impulsivamente incorreta?
Guarda mais um segredo? Adorava isso em mim...
Porque não fui errada por motivos vis
Apenas fiz o que todos pregamos, sobre seguir o coração...
Não, não sei mais segui-lo!
Preciso de uma mão que me puxe e me diga para sair de uma vez desse mundo de adultices
Essas responsabilidades idiotas criadas por seres humanos lunáticos
Talvez mais loucos do que eu!


Minha inconseqüência sempre foi amar demais
Mesmo amando errada, mesmo errando por amar
E, mesmo errada, amando, amor...
E ao amor amando e, do amor, a dor
E a dor de amar doendo dor
Essa dor gostosa de sentimento latejante
Essa felicidade doída de passear pelos cantos do Rio
Porque, toda vez que passo pela Avenida Atlântica, respirando fundo meu próprio perfume,
Lembro quem eu sou.
(porque me lembro de você).



Morfossintaxe Ambulante



Sou uma morfossintaxe de complexa análise:
Minhas orações são invertidas
Intercaladas, incompreendidas
Nada constante. Depende da fase.


De derivação imprópria minhas palavras advêm
Sou certamente hipotética
Semanticamente, poética
Possuo acentuações que ninguém tem


A paixão não é substantivo
É advérbio de tempo,
Tem sentido de sempre:
Sempre rima com combustível


Meu futuro é do subjuntivo
Sou léxico que muda como o vento
Meu tempo? Frequente!
Fragmentária e indivisível...


Os elementos coesivos de meu texto
Enlouquecem quem o tenta entender
Não há como me inserir em um contexto
Meu tópico frasal é viver


Minhas normas não foram abraçadas pela NGB:
Sou um dicionário de neologismos absurdos
Palavras são escudos
Nada em mim é o que parece ser


Sou morfossintaxe ambulante
Significação abundante
Escritora desta metalinguagem errante
Impossível de se compreender.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Escrever: paixão voraz

Escrever nunca foi uma escolha, mas uma necessidade. As palavras escolhem a hora que bem entendem para serem ditas. São quatro da manhã, estava caindo de sono, quando, de repente, veio-me a vontade incessante de escrever (nem que seja sobre escrever).
Caneta e papel são companheiros incondicionais! Há como desabafar todas as coisas não ditas por meio de palavras soltas, rascunhando a alma que não mostramos a ninguém num papel em branco. Ninguém está sozinho se há caneta e papel, pois essa é a melhor maneira de se sentir a presença de si mesmo. Eu me sinto inteira, conheço-me inteira e descubro meus mistérios quando procuro as palavras que vou desenhar. E descubro que sou muito mais de uma certa coisa do que eu pensava. Porque, no dia a dia, somos quem gostaríamos de ser; com papel e caneta na mão, somos quem somos, não dá para fugir. É como um raio-x direto, da alma e do coração- um detector de mentiras. Aqui, só saem verdades - e não precisamos de bebida para isso. Basta a sinceridade intrínseca às palavras que buscamos.
No papel, desliza a seriedade de saber que o tempo passa, que escolhas foram feitas. Ah, se na minha primeira linha eu soubesse que peso teriam minhas escolhas impulsivas! Teria deslizado outros parágrafos e dizeres em seguida. Se soubesse que a gente pode se arrepender sim, que não é vergonha, pelo contrário, teria escrito palavras mais positivas em muitas épocas. Se soubesse como eram boas as palavras que me rodeiam a mente hoje, tê-las-ia escrito com maior frequência, desde o meu primeiro rascunho que levei a sério,  aos 12 anos. E os 12 anos estão tão próximos desses meus 31! Quando releio os 12, eu os sinto tão perto! Não é uma questão de saudade ou de estar presa ao que passou, pelo contrário: é apenas um legítimo reconhecimento de mim mesma. Eu me vejo ali, tão nitidamente como vejo hoje. Talvez até mais transparente, afinal, aprendemos a ter máscaras para sobreviver quando viramos adultos... E repito: uma chatice isso! Talvez por esse motivo, há quem pense que não cresci. Pensa assim quem só vê a superfície. Eu vejo que vocês cresceram tanto que se tornaram desinteressantes, com suas rugas, correrias e cabelos brancos; enfadonhos com seus cansaços; pobres da alegria de viver, com seus problemas e estresses.
Minhas palavras do passado me renovam como criança que ainda sou, conseguindo me ver aos 12 como me verei aos 60 (e os 60 serão também levados a sério, com muita brincadeira de criança - ou não seria possível aturar o fato de estar viva). Realmente: sobreviveria a envelhecer a casca, nunca a alma!
E a caneta desliza sozinha, como se tivesse vida. A alma sai no papel com uma facilidade sem igual. Lugar algum poderia ser tão verdadeiro como este aqui. Às vezes, perguntam-me como fazer para se conseguir escrever. Meu primeiro pensamento, juro, é: "como assim?" Escrever é a melhor ferramenta natural de se xerocar a alma e se sentir um alguém com veias pulsando! Não entendo quem não escreve, nunca escreveu, não sabe o que é isso. É como se não soubessem de si mesmos.
E mesmo com o hábito, sempre há mais o que se xerocar em si. Algumas vezes, a "adultice" não nos deixa tempo suficiente para amadurecermos muitas linhas, aí vem a abstinência poética, com suas convulsões lexicais. A cabeça fica louca, com a ansiedade do dizer, do extravasar os desejos, as cores, as dores, os prazeres e os amores. Há de se soltar a angústia e a alegria! Nada deve ficar preso, engarrafando os sentimentos que querem respirar e se renovar. 
Sei bem, a esta altura, meus piores medos, minhas maiores angústias, minhas incontestáveis alegrias e intensas paixões; conheço meus sonhos tão de perto que parecem reais; sei de meus desejos mais profundos, aqueles impronunciáveis. Descubro-os ao fazer as palavras se sortearem na minha cabeça. E, por isso, conheço bem minhas palavras preferidas: INTENSIDADE, PAIXÃO, ALEGRIA, AMOR, VERDADE, FELICIDADE, TESÃO, SORRISO, LIBERDADE, AR, BRISA, MONTANHA, COR, NATUREZA, NUVEM, CHUVA, SOL, MAR, GOTÍCULAS, ASTERISCO, LÍNGUA, FORÇA, PALPITAR, DESEJO, CÉU, TERRA, RISADA, MOTIVAÇÃO, ARTE, MÚSICA, TEATRO, DANÇA,  POESIA, PAISAGEM, INESQUECÍVEL, INDIZÍVEL, VONTADE, SEMPRE, CORAÇÃO, VIDA!
E estou pronta para envolver novas palavras que me façam saber (ainda mais) de mim. Essa intensidade de ser alguém que ama as palavras que devem ser ditas, expurgadas, ejetadas e desenhadas, do coração para o papel.





quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Rima da saudade


Boca inquieta pelo beijo que se quer
De rara intensidade palpitante
Uma paixão que é
Na garganta, sufocante
Um desejo inquietante

Sensação inominável
Ansiedade insuportável
No corpo e no coração
Tesão que inflama a sedução

E o pulsar de batimentos cardíacos
Sabores tão afrodisíacos...
Além da própria vontade
Lindo, puro e de verdade

Voraz, forte e indecente
E a intensidade adolescente
Dessa saudade tão latente!






domingo, 6 de maio de 2012

Artista

Cresci querendo ser artista. Não que eu ache que há algum glamour nisso, porque, de onde venho, querer ser artista pega mal para caramba! Tenho amigos que são doutores em muita coisa, bem-sucedidos em sei lá o quê, concluindo alguma pós em gestão de qualquer coisa. E eu? Bem-sucedida professora de Língua Portuguesa, ainda querendo ser atriz. Posso? Ouvi outro dia da Bia Oliveira, pessoa que admiro profundamente: "a sala de aula é o nosso palquinho". E a gente pode ter o direito de não ter um palquinho, mas um palco de verdade, com toda a correria das coxias e aquela oração que termina com "quebrem a perna, todos!!!"? Quem faz gestão não entende... Mas, sabe de uma coisa, quando foi que eu resolvi me encaixar nesse mundo de gente normal que quer mostrar serviço, se eu não nasci normal? Minha tribo é outra: "Eu sou da tribo do abraço", citando meu querido Cazuza, mais uma vez... Continuo sendo a menina de 14 anos, com cabelos vermelhos e mechas azuis ( e digito esse texto, agora com 30 anos, de cabelos vermelhos e unhas azuis). Os normais tentaram me convencer, mas continuo com os mesmos sentimentos, as mesmas paixões, as mesmas revoltas, as mesmas cores... Sinto pena é de quem não tem paixão na vida e vai fazer "administração", educação física", "direito", "estatística" e, até mesmo, "letras", por não se apaixonar por coisa alguma.
Passei um tempo querendo ser reconhecida por escrever bem, por ser intelectualmente aceitável, por ter profundidade de pensamentos e vocabulários. Bobagem! Queria mesmo era ser reconhecida como a artista que sempre sonhei: pelas aulas de canto, música, dança, interpretação, por ser uma menina classe média-de-origem-suburbana que conseguiu fazer tanta coisa que ama-e  amar tanto o que faz!
E, apesar do tamanho e da cara de garota, não dá mais para fazer o papel da menina de 15 anos, porque alguma coisa me acusa a face: o tempo, que, irremediavelmente, diz a todos o que eu já sei - não sou mais a mesma!
Sou esse ser maduro, cheio de dor, com um monte de sonhos entalados na garganta, querendo tomar conta do espaço, querendo fazer diferença na existência mísera que é o ser de um ser humano frustrado e cansado que virou adulto, irreconhecível, chateado, sem berço, sem investimento, sem tempo, sem cor do sol, sem drenagem linfática, sem o amado balé, com a tortura de uma coluna que dói devido à luta e à falta do jazz...
Mas um dia chega um pouco de dinheiro e, com ele, um pouco de esperança... E quem disse que ele não traz felicidade? Uma pessoa burra, retardada, medíocre, burguesa da zona sul, é claro...
Mas eu, menina-mulher-zona oeste, descobri, depois de muito me revoltar, que há, sim, a possibilidade de ser a menina de 14 anos que eu sempre quis ser, voltando ao meu palco, retomando o meu lugar e sendo, finalmente, muito feliz, com a linguagem, a escrita, o canto, a interpretação, a minha querida Língua Portuguesa que, no fim das contas, proporcionou-me tudo o que sonhei. Ironia sem fim: nada nesta vida é por acaso mesmo; damos voltas e não saímos do lugar. Eu não saí...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Infinita...

Lamento... Eu mascaro o choro que vem de dentro
Porque já sonhei mais
Porque já me senti mais linda
Porque esqueci o “para sempre” e o “jamais”

E a cada ida e vinda
Esse gosto que tanto faz...

Porque já sonhei com o Forte e as ondas batendo
Com o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor
Com os desejos ardendo
E em conhecer o Arpoador

E a vida é tinta
Que se desfaz...

Porque, logo eu, pequena errante,
vi do alto da roda gigante
A torre do Othon, que vislumbrei
O lugar que sempre sonhei

E a paisagem era linda
E eu, tenaz...

Um dia, o calçadão de Copa
Ou a festa perdida em Olaria
Um dia, a vida que roda
No outro, aqui sozinha (sofria...)

E a vida é infinita
E à razão nos traz...

Não há refrão que corrija o destino
Não há palavra que mude o presente
A paixão se vai com o desatino
E essa bebida não altera a mente

(Não suficientemente...)

E a coisa é tão finda
Que aos poucos se desfaz

(Ou deveria ser...
Há quem não tenha anoitecer...)

Talvez seja ainda mais forte
E mais “para sempre” que qualquer jura no altar
Porque existe quem seja o norte
O que nasceu para não acabar

E assim é ainda mais linda
a noite saudosa que se faz

Nos sorrisos dos olhos covardes
E dessas esperadas tardes
E a palavra não dita
(Boca calada e maldita)

Porque tenho que dizer adeus
E peço sentir menos disso tudo
A Deus...
Peço não sentir o luto
Terei de ficar junto aos meus...

Adeus ao anjo dos meus sorrisos
E ao dono de todos os calafrios
O que fez de mim um coração batendo
Uma manteiga derretendo
Um desejo corroendo
Muitas coisas melhores em mim
E essa saudade sem fim

Sem fim...

Porque a coisa é linda
E, em saudade, sempre se refaz...

E a coisa termina e se faz
E de tão infinita se refaz
Faz
Refaz
Satisfaz e não desfaz
Espera e traz
Mas é linda
E não termina

Nunca mais...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pedido aos céus

Quero pedir uma coisa aos céus: dê-me sempre um coração batendo no peito. Não para se manter vivo, mas para se sentir vivo. E aquilo que é intenso, forte e colorido será sempre bem-vindo.
Quero pedir outra coisa: tempo. Que o tempo não seja vilão na minha história, que sempre dê para eu fazer minhas escolhas e ser feliz, sem precisar dar "tempo ao tempo", porque isso demora para caramba. Quero um tempo que se estique nos momentos inesquecíveis e se encurte nos desagradáveis. Faço esse pedido com muita vontade, pois, por muitas vezes, aconteceu exatamente o contrário.
E, se há espaço para mais pedidos, peço amor! Música! Paixão em absolutamente tudo, não só de mim para o mundo; mas do mundo para mim. Quero oferecer o melhor para os meus, mas, cá para nós, também quero tudo de volta. Por isso a palavra chave é "reciprocidade".
Quero ser bem tratada, quero tratar bem. Quero pôr-do-sol e romance, lua cheia, dia vazio, sorriso cheio, tristeza vazia. Sensação de brisa batendo no rosto, num dia quente de sorrisos. E não me deixe pensar muito, pois bom mesmo é o impulso de se poder fazer o que quiser, com o delicioso sabor do improviso.
Mas, quando for o momento, que eu tenha longas reflexões  sobre a vida, bebendo uma cerveja, vendo o dia amanhecer numa praia espetacular, com quem se divirta com filosofias vãs e som de onda batendo.
Porque a vida passa - e isso basta para a intensa motivação de ser eu mesma e sorrir sempre, apesar de qualquer coisa. E, por isso, peço, quase implorando, que eu nunca ache que tenho o luxo de perder qualquer  oportunidade de ser feliz, pois essa é, sem dúvida,  a minha real vocação.
E que venham mais intensos 30 anos!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Silêncio



Mar infinito
De fortes lembranças,
Coloca meu coração em ressaca
A chacoalhar em sua dança
A sufocar um sentir que não passa
Levando, em onda, a esperança

Não há mais a vontade de ser linda
Para agradar a minha paixão
Ressuscitar coisa finda
É perda de tempo, é em vão

Melhor não rir perto de mim
Risadas encantam
Risadas inflamam
Aquilo que já não encontrou fim

Com os pés fincados na areia
Pergunto onde anda minha cabeça
Como pode ser tão certa e, da certeza, tão avessa?

Mas tudo bem
Porque tudo passa
E eu viajo na semana que vem
Verei outro mar em ressaca
Verei, do infinito, além

E é o fim desta insônia maldita
Dessa mente viajante
Que cria coisas onde não tem

Não haverá despedida
Nem vida errante
Nem o que me faz tão bem

Risadas hão de renascer em outro mar
De marolas aliviadas
Sem essa noite angustiada
Sem esse silêncio a estalar 

domingo, 9 de outubro de 2011

Felicidade bêbada

Preciso beber para ser sóbria. Para adquirir esse direito que só os alcoólicos têm de dizer a verdade, de serem mal humorados. Porque vivo numa felicidade irreal, sorrindo o tempo todo, essa minha alegria bêbada que me cansa   a beleza e quem eu sou. E há essa essência escorpiana latente, batendo forte e querendo sair. Nasci bêbada feliz, bebendo leite. Completamente louca. Tenho que beber muito para ser bêbada séria e encarar as chatices desprezíveis de ser uma adulta de quase trinta anos.
Nasci para celebrar, para ser o bobo da corte, o motivo de risada, aquela que as pessoas apontam e tacham de lunática, louca, doida, embriagada. Mal sabem eles que quando bebo é que fico sóbria. E penso nos meus problemas e tenho aquela vontade louca de mandar para o kct quem não sabe ser louco com sobriedade. Odeio quem acorda e leva a vida a sério. Odeio quem julga as pessoas felizes que fazem piada para a vida ser mais leve. Odeio quem faz pose de intelectual.
Há pouquíssimo tempo descobri que faço parte dos intelectuais. E como acho isso estranho! E nessa descoberta, descobri várias pessoas que se julgam os tais, que excluem os outros por isso, que se acham melhores em alguma coisa. Conheço um monte de gente que é melhor que eu em um monte de coisas e não precisam intelectualizar nada para isso. Quanta bobagem!
Viver com simplicidade é bem mais louvável, afinal, quem é que sabe tudo da vida? A inteligência está na humildade, não no que sabemos intelectualmente. Para ser conhecedor de algo, basta a repetição, já dizia Aristóteles. Vejo que realmente nós todos temos a mesma capacidade, apenas uns direcionam para a arte; outros, para a matemática; outros, para as filosofias na mesa de bar (que, cá para nós, foi de onde saíram a maioria dos nossos poetas, endeusados pelas pessoas que se julgam "cult". A maioria dos ídolos cultuados hoje, um dia foram tachados de marginais, boêmios e preguiçosos para o trabalho. Então nada tem a ver com colocar a gravata todos os dias, dentro de um terno Armany, ou com se entupir de maquiagens da MAC  o que traz status de inteligente e bem-sucedido). O que eu sei é que, quando as coisas dão errado, estamos fortemente preparados: pelo menos a derrota vira poesia. E para os intelectuóides idiotas: vira martini, vira psicólogo, vira coisa de divã com sociologia e pseudo-sabedoria de coisa alguma. Vira mais um motivo para se fecharem e excluírem quem vive de verdade: o povo do cavaquinho e o povo do metal; o povo meio bossa nova e rock and roll; o povo do boteco com os amigos de sempre. E, olhem a ironia, são exatamente os que são extremamente mais sábios.
Não ligo mesmo para o que cada um faz da sua vida, contanto que não sejam carrascos de outros, simplesmente porque não seguem o padrão (imposto por quem mesmo?). Abomino gente que ascende  na vida por interesse, que se baseia em futilidades, que olham os outros com desdém, apenas porque fazem parte de uma outra tribo, muito mais autêntica do que a de seguir a cartilha, convenhamos. Só não gosto de quem implica com minha alegria de criança, com orgulho de que, nesse sentido, nunca vou crescer mesmo. Ainda acho o dia lindo - qualquer um-; ainda grito de felicidade; não tenho vergonha de expressar o que sinto. Por isso não envelheço, não crio rugas desnecessárias, nem preciso estudar qualquer coisa que termine com "logia" para me sentir inserida em sei lá o quê.
Eu vou tomando minhas doses de alegria, rindo de quem não entende que a vida passa; que amanhã, perdeu-se a oportunidade de ser um bêbado alegre por opção, e isso nem tem nada a ver com consumir álcool ou não. Conheço vários bêbados de alegria que só tomam Coca-Cola. Esses, com certeza, entederão meu texto. Os intelectuóides, não. E, aqui, em segredo, nesse quarto quente, adoro falar o que eles não alcançam...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nuvem Negra de Estrelas



Céu
Nuvem negra de estrelas
Gritando paixões
Desejo incessante de tê-las

Madrugada goteja orvalho e canções
É para ele que sonho segredos
No recôndito, medos

Presa em suas teias
De abraços e saudades
Tecendo o que corre nas veias

Sentimento arde
Alma nua de amores
Orgulho, vaidade
Desejo e temores

Traga paz, noite escura
Qualquer atitude tardia
Para a angústia, a cura
E qualquer melodia

Céu
Nuvem voando no enlace
Essa coisa bandida
Exalando o impasse

De boca perdida
Sufocando vida
Martelando vontade

domingo, 31 de janeiro de 2010

Essa tal de vida...

Sempre ouvi que a vida é cíclica, que o mundo dá voltas, mas, ainda, embora concordasse, não me remetia a nenhum exemplo concreto. Eis que me peguei matutando sobre o que estava fazendo nesta mesma época do ano passado e, de fato, estava, em todos os sentidos, muito diferente (negativamente) de hoje, principalmente no que diz respeito a sentir-se bem, a estar e ser feliz, a sorrir com espontaneidade, a estar cercada de boas pessoas, que jamais fariam mal a quem esteve ao seu lado, acolhendo-as; a respeitar e ser respeitada.


Passo pelos sofrimentos sabendo que irão passar e, quase sempre, consigo acelerar o processo e pular para o aprendizado; vem-me uma curiosidade imensa sobre o que está por vir, então acabo tendo o hábito de viver de futuro, não de passado. Acho que é a melhor qualidade que tenho em relação a mim mesma. Minha paz de espírito agradece.


Acredito que o mundo gira e que não preciso sentir nada de negativo por ninguém, afinal de contas, o universo se encarrega disso, e eu tenho mesmo mais o que fazer (ou seja: se um dia roubarem seus móveis e mancharem suas roupas, relaxe. Pelo menos não vai ser você que vai ficar com tudo de segunda mão e terá que conviver com seus remorsos e com o desprezo dos outros, não é isso? Eis uma desculpa para ir às compras e lamentar a pequenez inacreditável do próximo. Que reste a compaixão!).


Toda vez que me sinto triste, procuro sorrir; procuro meus melhores amigos; procuro a natureza, que me preenche de vida, renova, revigora. Meu lugar no mundo é onde está minha família acolhedora, onde estão meus amigos de infância, onde estão minhas melhores lembranças, onde sempre fui feliz, onde está a minha paz e meu sorriso constante: meu bairro simples, minha cidade maravilhosa e a minha própria mente.Quero conhecer o mundo inteiro, mas, ao mesmo tempo, não sei se faço questão. Talvez o carnaval com os amigos em Rio das Ostras, falando um monte de bobagens, seja mesmo muito mais interessante e memorável que ir a Paris.


Para ser feliz, preciso, apenas e exageradamente, de cores, verdades e risadas. A simplicidade me preenche, completa-me, afaga-me de forma incalculável, indescritível, indizível. Não é à toa que, quando fecho os olhos, sinto-me tirando um cochilo na fazenda, com aquele cheirinho de grama gostoso, além de ar puro, borboletas voando, margaridas balançando ao vento, e girassóis deslumbrantes contorcendo-se (e isso tudo sem despertador estraga-prazer , no ápice do sonho, para me beliscar).


Existe um mundo imenso a minha volta, existem nuvens se formando no céu, e felicidade tomando conta do coração. Tudo se renova, dá certo e acarinha a alma que, em plena paz, agradece a ausência de tensões e pessoas desnecessárias. E como é maravilhosa essa tal de vida! E como é bom poder dizer que EU SOU MUITO FELIZ, de novo!!!



Tatiana

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Descomplicando




Como diz meu mapa astral, feito quando eu tinha dez anos de idade: serei "sempre apaixonada pelo amor e suas parafernálias". Algumas vezes é uma chatice ser assim, mas quem consegue despir-se de sua própria alma? Por outro lado, verdadeiramente amo não ser capaz de mudar.
Minha personalidade paradoxal sempre fez muito sentido para mim. Preciso apaixonar-me por tudo o que faz parte de minha vida, ou prefiro ficar só e não fazer absolutamente nada - embora paixão seja algo,de fato, pouco racional para ser motivação de tudo (o que acho ótimo, pois, cá para nós, ser racional deve ser chato pra caramba!). A profissão, os sonhos, as metas, o simples despertar precisam ser apaixonantes, assim como todo tipo de relação. Por isso, tenho tantos amigos de infância, tantas risadas em família, além de um cachorrinho fofo para amar e me ensinar o que é o amor; reeducando-me a descomplicar, afinal, não precisamos de brinquedos caros e sofisticações: uma tampinha de plástico está ótimo e é o suficiente para uma grande festa.
Um novo ciclo se inicia.
Geralmente, nos dias que antecedem meus aniversários, mergulho em profundas reflexões, em longas noites de insônia. Desta vez, está um pouco diferente: apesar de as noites permanecerem insones, a reflexão se foi. Aprendi muito nos últimos meses, principalmente que esvaziar a mente é tão importante e tão produtivo quanto refletir. Estou treinando não matutar sobre absolutamente nada; apenas sentir os pontos em que minha cabeça toca o travesseiro e relaxar os músculos sempre tensos do meu corpo; respirar fundo (e como alivia a alma e o coração inquietos!).
Conheço muito mais sobre dor, perda, mágoa, como também sobre amor, paciência, calma. O que importa é que, no fim das contas, o saldo é positivo.
Só há pouco tempo passei a entender verdadeiramente "O Mágico de Oz". Comprovado: "Não há lugar no mundo como a nossa casa". E, certamente, o Rio de Janeiro continua lindo!
Estou conhecendo o que trazem as palavras conquista, realização, sucesso - elas me proporcionam sensações maravilhsamente indizíveis!
Aprendi a falar menos. Consigo até mesmo ficar mais de um minuto sem falar, quando não estou só - coisa revolucionária quando se trata de mim (tenho testemunhas!).
Agora sei o que é segurar um bebê no colo por muito tempo e, mesmo com os braços já doendo, não querer largá-lo (poucos momentos são tão emocionantes e inspiradores!).
No momento, ratifico minha capacidade de renovação, sempre presente em toda a minha curta existência. Nasci sob o signo de escorpião, justamente o símbolo da renovação, aquele que se abala com as adversidades, mas, em um espaço curtíssimo de tempo, parece estar muito bem, obrigada, pois, como a fênix, o escorpião ressurge das cinzas e precisa completar os ciclos e renascer,mesmo que, para isso, precise queimar-se. E quem seria eu se não fosse tão mutável, quase um mutante, essa metarmofose ambulante (com perdão da rima acidental)?
Que este novo ciclo traga ainda mais simplicidade, não só mantendo minha característica de estar sempre tudo bom, em qualquer lugar, contanto que ninguém esteja brigando comigo, mas também trazendo para meu lado pessoas que escolham descomplicar, que prefiram desatar os nós a aprender como amarrá-los com perfeição. Não quero nós, amarras ou complicações. Quero vida! Quero felicidade nos pequenos grandes momentos.
Um dos momentos mais marcantes dessa semana que passou foi pegar um táxi em que estava tocando Sinatra e Bossa Nova, enquanto, do lado de fora, a cidade enlouquecia com seu trânsito indescritível e sua pressa insana. E eu, cansadíssima, com a mente esvaziada, ouvindo Tom e Vinícius, numa boa. Afinal, como disse: uma tampinha de plástico é o suficiente para fazer a festa.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

É Preciso

(Para Paulinho)


É preciso ter alguém que nos guie como bússola
Que seja nosso cais, nosso norte, nosso sul,
nosso porto-seguro...
É preciso ter alguém que precise ter você!

É preciso ser leste e oeste
Precisá-lo em todas as direções
querer ser sua pele e sua veste
Precisá-lo nas mudanças de estações

É preciso acordar
E ir correndo se arrumar
Para quando seu amor chegar

É preciso desejar ser amado
É preciso se sentir eternamente apaixonado
É preciso ser dependente do outro
E, sem ele, não respirar

É preciso amar e ser amado para viver
É preciso estar disposto para, junto do outro, sofrer
E, sem ele, adoecer

É preciso ter alguém para precisar
Ter alguém que te precise para existir
É preciso ter alguém para nos saber e nos sentir

É preciso ter alguém
que se preocupe com a gente
que se importe
com o que a gente sente

É preciso desejar alguém para dormir ao seu lado
E achar tão lindo o seu sono
Que você se mantém acordado

É preciso ficar louco de paixão
Fazer cara de bobo ao ouvir uma canção
Assistir a todos os filmes água-com-açúcar da televisão

É preciso amar um amor sobre-humano
Sentir o querer mais louco e insano

É preciso ser bem-humorado
Para alegrar o ser amado
É preciso conhecer todos os seus sorrisos
E não implicar com seus amigos

É preciso ter alguém que, quando o vir triste,
fique de coração partido.
É preciso ter alguém que faça
com que percamos os sentidos

Porque, para viver,
É preciso ter ansiedade para amar.
E, para amar, é preciso precisar

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Fim

Fugi de casa. Corri para o campo dos sonhos- cheiro verde, pétala macia-, onde jogo corpo e pensamento esvoaçante.
Grito livre, brisa ao rosto, não há o desgosto de tempo finito- gosto suave de eternidade.
Gotículas celestes refrescantes atingindo a pele, sete cores misturadas ao longe, sol esquentando a paz, arco-íris no sorriso inevitável, olhos fechando junto ao suspiro- símbolo indiscutível de fim da angústia.
Mais um é expelido dos pulmões, saindo vagarosamente da boca, como um surrurro, aliviando a alma. E mais um... E o coração, tendo encontrado enfim o seu descanso, satisfeito, desacelerando, parou de bater.
Fim.

domingo, 18 de maio de 2008

Angústia



Descomplicando a vida, simplificando tudo. sendo apenas eu, assim, angustiavelmente desprotegida mesmo, de coração aberto e palavras sinceras. buscando o sorriso perfeito e a alegria escandalosa, atrás das lutas que valem a pena, parando de me esconder em minha espontaneidade e assumindo minha suave timidez, lutando pela felicidade, sempre...
e ser feliz é sempre meu objetivo maior. ser feliz e fazer feliz...
e a vida segue seu ciclo: doloroso, alegre, apaixonado, duvidoso, carinhoso, assustador. e os ciclos se encerram e se renovam.
cresci. depois de despencar de mil barrancos, depois de provar o doce e o amargo do coração, depois de ser feliz e entristecer, de sofrer e fazer sofrer, depois de sucessos e arrependimentos...
sei o que é passar uma madrugada acordada com coração acelerado, o que é precisar ler e não conseguir se concentrar, a roer as unhas até machucar, a fumar, como se expelir fumaça expurgasse problemas- sei como é se sentir idiota por isso-, sei o que é querer mudar de rosto para mudar a vida, sei o que é gostar de ficar sozinha, mas temer a solidão, sei o que é precisar de carinho, procurar quem amamos para pedir perdão, sei o que é morrer de dor de estômago, sei o que é desejar um calmante para dormir, sei o que é querer voltar no tempo e não poder- conheço a sensação de impotência-, sei o que é o sentimento de culpa e a vontade de gritar do quinto andar, a ponto de se ouvir na zona norte e na zona sul, sei o que é lutar e sei o que é não fazer nada, sei ser extremamente doce, assim como já fui extremamente injusta- e sofri por isso também-, sei o que é a vontade de tentar se fazer entender, quando se sabe que isso seria simplesmente impossível, sei o que é querer incessantemente que se coloquem no nosso lugar, mas saber que não há como.
sei ser feliz como criança e falar bobagens, sei chorar um dia inteiro e rezar em desespero, sei o que é querer fazer tudo por aqueles que amo, querer protegê-los de qualquer dor, sei o conforto e a segurança que há em um abraço e que um segundo de olhares que se cruzam muitas vezes vale mais que todas as palavras proferidas em uma vida inteira. conheço o valor do silêncio, embora quase sempre fale demais.
aprendi a ser menos impulsiva e mais paciente, da mesma forma que aprendi a ser menos sonhadora e menos otimista- mas isso faz parte também...
sei o que é receber mil elogios e mil críticas. sei não odiar quem não gosta de mim.
sei que sempre pagamos preços por nossas escolhas- paguei meu preço por todas elas e não me lembro de nenhuma que tenha sido realmente fácil, mas, todas elas, por mais tortas que fossem, foram escolhidas em prol de uma paz de espírito, que nem sequer sei se existe. no mais, mesmo descobrindo que muito do que sonhei era mesmo sonho, ainda assim, atrevo-me a continuar buscando. eu escolho sonhar! porque, graças a deus, sei o que é amar demais.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Leitura- meu mundo paralelo




Meu mundo paralelo
De sensações arrebatadoras
De palavras e contextos surpeendentes
Causador de minhas escritas sonhadoras

É nele que viajo madrugadas
Sonhando paixões e passionalidades
Grito medo, riso e rima
Sou mocinha, vilã, assassina
Mundo de minhas insanidades

Seria eu ínvisível criatura
Se não houvesse os livros
Se, neles, não perdesse os sentidos
Se não amasse a literatura
Se não partisse, toda noite, de minha varanda escura
Para deleitar-me no vasto mundo da leitura.