sábado, 27 de dezembro de 2014

Lágrimas borrradas

Embaixo do delineador borrado
As lágrimas vermelhas de alguém que sente dor
Passam-se as horas
mas não se passa o pranto
Passa-se a fome e a vontade de sorrir

O sono que não quer que chegue
O que se quer é ficar perto do Senhor
É Ele que conforta as lágrimas solitárias
Que se espatifam no chão

Quero voar com as araras
Quero voar como Peter pan
Quero nascer sorriso
Quero noite de amor

E sonhar com estrelas brilhantes
E lua cintilante
E com o carinho que vem depois

E que não caiam lágrimas
Nem doam mágoas
E que cesse a vontade de matar
Qualquer coisa, ou alguém que seja

Jogar-se-iam bombas passionais
Em cidades e pessoas
Em bares e ruas

E, em lembranças cruas,
O último tiro
Sem último desejo
Nem último suspiro

Apenas matar
Apenas cessar
Apenas um grito

Geração Legião

Dia de chuva:
Sempre dá um desespero dentro da gente
Faz que molha
Mas não leva os resíduos de dentro de mim
Faz beleza
Mas a tristeza está em todo lugar

A fumaça do meu corpo
As cinzas de alguma saudade esquecida
Voltam com a chuva ao seu cantar

Madrugada acordada:
Esperando o quê, eu não sei
Talvez um arco-íris junto à chuva
Poderia alegrar um pouco a noite
Junto ao sol, vento e nuvem

Escuridão me deixa alerta
Me deixa à vontade
Com o colorido que vejo nesta imagem

Minhas viagens, totalmente fora do normal:
Eu vejo no céu as linhas tortas de uma ilusão
Eu vejo as cores brilhando, como na televisão
Eu vejo tudo de um jeito meio down

A madrugada confirma a minha geração
Que diz com poucos acordes
E muitas palavras
Que, de madrugada, eu sou apenas humana
Que, de madrugada, eu sou Legião Urbana

Procuro um lugar


Procuro um lugar no amor que há em mim. Ele esmurra minhas veias e aperta meu coração quando está em estado de carência. O amor que tenho no peito é aquele que quer ser amado e me comove com tantos gritos de dor, de solidão.

Procuro meu lugar nas esperanças solitárias e em palavras humanas, que vez em quando sopram-me o ouvido e acarinham minha dor.

Procuro um lugar onde eu e minhas cansadas parafernálias sentimentais possam descansar. 

Esse mundo, que é o meu lugar, que pode ser o peito em que me aconchego e me sinto em casa, encontra-se ao meu lado - e cheio de poderes para me fazer feliz.

Todos os sorrisos, todos os carinhos e todos os olhares, que procuro nas lembranças alegres de minha alma, alimentam meu amor revoltado, até que fique louco de ansiedade - e deseje uma noite, pelo menos, com um comprimido de um calmante qualquer. 

E com tantos prantos sem que ninguém saiba, no vazio das tardes tão quentes, o medo de estar mais sozinha do que penso, com ilusões infantis, medindo gestos e palavras; e sentindo-me ainda menor que minha pequena estatura.

E nessa desesperadora situação em me encontro, não há a esperança, que um dia foi dona de mim; há, no máximo, a lembrança daquele tempo...
Aquele indizível tempo em que eu não era assim.

Coração Negro


Coração negro

Doentio como o desconexo tempo

Sangra a voz não entendida sobre inabalável dor

Há a ponta da faca estendida em direção ao peito

Que implora a fala compreensiva do amor

Que deseja o abraço e a borracha que apagaria o indelével passado

Nada é maior que as escrituras feitas por lágrimas e infelicidade

A felicidade cobra cada gota derramada de suas vísceras dilaceradas

E prova, por desagrado e sopro, que ela não lhe será servente

Que nunca será sua a paz eterna da ausência de suas taquicardias

Se foi infeliz, que o seja para sempre, c
omo um maldito

À margem de sorrisos breves e à beira da loucura que lhe é inerente 

Por, simplesmente, existir

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Casamento: o único romance

Para Paulinho Aguiar

Muitos casais vão morar juntos, o que nem sempre significa dividir a vida. Alguns, quando moram juntos, sim, se casam - mas são poucos. Os relatos que ouço são "resolvi morar junto porque já sabia que essa pessoa não era para mim. Seria mais fácil de me separar depois". E é fato. Quando se mora junto, basta sair de casa e levar suas coisas - pronto: separação concluída!
Casar, "de papel passado", gera um compromisso de realmente sermos felizes para sempre e não basta ir embora para se separar. É preciso assinar o desfeito, assinar que se fracassou - e, depois de assinado, não há volta possível. Não há como voltar a namorar uma pessoa com quem se assinou um divórcio. É difícil até de se manter qualquer contato, pois não há mais por quê, já que se esgotaram todas as possibilidades de se relacionarem. Mas morar junto, na maioria das vezes, são namorados que estão "vendo qual é", sem o menor compromisso de darem certo. Podem ir e vir de seus relacionamentos como bem entendem (vejam bem, não estou generalizando, mas é o que ouço de quase todos que se juntam, ou já se juntaram, e eu posso dizer de carteirinha ). O casamento, o oficial, gera uma sensação definitiva que quem só mora junto nunca conhecerá. E, se conhecer, entenderá perfeitamente este meu texto.
Há vários motivos para se "juntar": testar se vai dar certo; não ficar só; facilitar deslocamentos; dividir contas; e até ter um filho (e isso nem sempre significa formar uma família) - dentre outros motivos que envolvem "facilitar a vida". Porém, casar mesmo envolve apenas um objetivo: constituir uma unidade. Você passa a ser a família do outro e ele a sua - com ou sem a presença de filhos. É um pelo outro, lutando pela vida, para o que der e vier. "Na saúde e na doença..." Se o outro cai, você cai junto, mas o ajuda a se levantar. São cúmplices, parceiros, comparsas, um só, acima de tudo. Dois que se completam e formam um. É um sentimento que corre nas veias em uma única assinatura (só quem vive sabe). E é lindo. É forte.
Claro que estou falando de gente de verdade, não de troços que buscam uma assinatura para ter pensão depois. Essas pessoas não existem no meu texto. São desconsideradas, pois, justamente, não possuem nenhum valor.
Voltando ao amor, que é, sim, a maior força que move o Universo: casar é dividir tudo. E, nessa divisão, só há soma.
Quem se casa, de verdade, conhece profundamente a palavra "união". Dói em você, dói em mim; faz bem a você, faz bem a mim... Ah, e quem realmente se casa não se separa. Não entendo quem diz "Fui casado"... Desculpa. Não foi. Quando se casa, objetivo básico: juntos até o fim. Portanto, se houve separação, não houve casamento. Houve uma tentativa fracassada, como um casal que morou junto e depois foram morar em casas separadas - casamento é OUTRA coisa. Um casamento, de verdade, é aquele em que as pessoas se unem pelo amor, que é simplesmente maior que qualquer sentimento que já haviam imaginado; é quando você descobre que todas as vezes em que disse que amava alguém, você não fazia a menor ideia do que era o amor. Porque o amor não é algo que se repete - só se sente uma vez na vida, quando se tem esse privilégio... E aí não se arrumam desculpas para não assinar e não usar aliança; nem se arrumam desculpas para terminar um curso em uma cidade, enquanto "marido" ou "esposa" vivem em outra (coloco entre aspas mesmo, pois não são maridos e esposas de verdade). Quem ama, mas ama de verdade, não se separa, faz de tudo para acompanhar o outro e para deixá-lo seguro, com todas as simbologias que existem. Quem ama não hesita em se casar, fazendo jus ao real significado do casamento: juntos, como um só, para sempre. Eu e meu marido, quando brigamos, falamos um para o outro: "Eu procurei você a vida toda. Não podemos perder tempo com isso." E não perdemos. Nosso tempo é gasto com a simplicidade e a grandeza de sorrir junto. E é o que eu mais amo em o amar.
O amor transforma, purifica e se mostra o único a ter sentido. Quando se tem o privilégio de vivê-lo, pouco importa onde morarão, ou até mesmo as ambições ou objetivos profissionais. Eles são levados em conta se somarem à família, em felicidade e bem-estar, ou serão substituídos. Porque tudo mais é supérfluo. O que importa é viver seus dias juntos, em paz. E qualquer coisa ou pessoa que ferir isso será descartada. O que importa é mesmo somar.
Por isso que eu, que já assinei uma vez pensando em me separar (despropósito total) e jurei que no meu futuro jamais me casaria, e meu marido, que sempre jurou nunca assinar com ninguém (ambos por todos os motivos já expostos, sabendo que jamais fomos casados antes), quando nos reconhecemos como AMOR um do outro e fomos arrebatados com a bênção de sentir a maior força que move a vida (nítida nos nossos olhos), mudamos todas as nossas convicções rapidamente. Nosso amor é nossa fortaleza, e nossa união merecia mesmo se chamar casamento. Defendemos um ao outro com unhas e dentes. Somos como leais mafiosos, cúmplices em absolutamente tudo (como é engraçado ver pessoas tentando chegar a um de nós com intenções escusas, achando que não dividiremos um com o outro). Somos um só. O ouvido de um é o ouvido do outro; o coração de um é, na verdade, do outro.
O amor se desperta por afinidades. Pessoas que colidem não duram juntas e não podem se amar. Muito menos se casar. Quem se casa de verdade não sente raiva com brigas ou vontade de ir embora. Pelo contrário: sente-se profundamente triste se brigar e faz de tudo para se tornar uma pessoa melhor para o outro. Em relacionamentos falidos, há muitos desencontros de pensamentos. E, se há tantas divergências, alguém começa a mentir para não se indispor - e casamento não se constrói com mentiras. E aí há a " separação". Mas, na verdade, não existe separação, pois ela só surge onde nunca houve união.
Alguém pode ler isso, pensando em mim ou no meu marido, assim: "nossa, então ele (ou ela) mudou muito. Sim, mudamos. E para melhor. Ainda bem que não somos obrigados a sermos os mesmos para sempre e nos damos a oportunidade de evoluir. Não fomos mesmo muito bons para ninguém, mas não poderíamos: precisávamos um do outro para sermos perfeitos. Não existem pessoas perfeitas, mas existe a pessoa perfeita para você. E só para ela você também será perfeito. É preciso encontrar quem desperte o nosso melhor (pois há quem desperta o pior de nós. E é claro que essa pessoa não serve). Vejo as pessoas falando que casamento é difícil, que a convivência estraga, quando, para nós, isso é tão fácil... E tão certo.
Eu e meu amor somos absolutamente iguais em tudo: da música à gastronomia; dos ideais às aptidões; da maneira como tratamos as pessoas ao temperamento; da forma de ser doce à forma de discutir; do amor à arte ao desprezo pelos que se vendem; da admiração por quem vive de bem com a vida ao asco pelos arrogantes; das amizades às inimizades. Somos um. Quem é amigo dele será meu também; quem for inimigo, idem. Vice-versa. Não existe nos dividir. Não existe contexto em que não temos nada a ver com isso, pois, caso se trate de um, é porque se trata do outro também. Não existe ele ou eu. Existimos nós. Nós não moramos juntos, apenas; nós nos casamos e juntamos todos os nossos pacotes de família e bens em um só lugar, pertencendo aos dois: livros, cds, cachorro, filhos, afilhadas, sobrinhos, computadores, pais, avós, televisão, sonhos, cama, instrumentos musicais... Não deixamos nada para trás porque não há para onde voltar. Nosso caminho é trilhado junto e projetado para o nosso futuro. Somos uma família (que está crescendo agora). Um só existe porque o outro existe. Simplesmente porque nos amamos e somos realmente casados, vivendo não o nosso último, mas o nosso único romance: somos indivisíveis, dividindo tudo, a fim de somar, para sempre.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Não divida

Sentir-se só é uma constante que dificilmente passará.
Haverá alguns momentos em que compartilhará alegrias. Principalmente alegrias.
Porque, na dor e nas nossas inevitáveis falhas e sentimentos pequenos, é muito difícil encontrar solidariedade e comunhão.
Há sentimentos que são únicos e impronunciáveis. Simplesmente indivisíveis.
Dividir absolutamente tudo e receber compreensão é um céu inalcançável.
Não divida. Guarde.
Não seja. Finja.
E, cansado, ceda ao fato de ser adulto (e, por isso, não poder falar o que sente).
Ceda ao fato de que sua paixão inflamada e eterna deve ser diminuída e podada.
Tranque-se, pássaro engaiolado, em tudo que não deve dizer ou sentir.
Tenha sensações ocultas de raiva, lamentação e solidão.
E não esqueça: não divida.
Você deve ser perfeito para ser compreendido e apoiado pelo mundo.
Tenha, sozinho, pensamentos rodrigueanos de ciúme e homicídio.
E, quando estiver com a faca cravada em alguma carne apodrecida e perguntarem, cinicamente, por quê, responda:
Não fui eu. Nada sinto.

Descrente

Há os momentos de grito entalado e de saber-me tão pequena e impotente, como formiga diante de girafas e elefantes.
Hei de me saber e conhecer o meu lugar.
Hei de me decepcionar e engolir saliva seca, que mal chega à garganta inflamada.
E de sentir uma dor que ninguém sente, uma solidão personalíssima, exclusivamente minha e incompreensível para quem não está em mim.
Não há ninguém em mim que não seja eu: verdade dura e indelével.
Cansada de ser só em minhas pequeninas vontades de ser melhor e de agradar (a todos e a Deus).
Haveria sonhos lindos em mim.
Mas todo sonho é utopia de seu sonhador - os meus não são diferentes. infelizmente.
Amo e me canso de amar além da minha competência.
Meu amor ilimitado é limitado pela justiça dos homens e pelos acordos dos céus.
E, por finalmente perceber isso, eu, antes tão temente e preenchida de fé, torno-me cada vez mais descrente de tudo que há em cima da minha cabeça e embaixo dos meus pés.
Peço piedade e um pouco de compaixão àquilo que não creio mais e me revolta pelos desgostos desnecessários sofridos.
Sou mera operária dos fortes e prepotentes.
Em tudo.
A vida é de quem faz doer.

Ao filho que eu não tive...

Ao filho que não tive, pensamentos constantes de amor e essa saudade imensa do que não vivemos.
ou será que vivemos em algum plano desses, que só Deus sabe?
Espero ter podido abraçá-lo em qualquer lugar ou época, porque sinto a falta de todos os sorrisos que não vi ou vivi com ele.
Queria vê-lo lambuzar-se com a papinha e fazer coisas engraçadas e fofas de neném.
Queria ter podido vê-lo cair num soninho calmo, sentindo-se protegido com a minha presença.
Ao filho que não tive, todo o amor que tenho para dar e mais todo o amor que precisasse, pois buscaria mais em cada estrela, se pudesse.
Ao filho que eu não conheci, que nem soube ser menino ou menina, o melhor de mim, com a sinceridade mais profunda da minha alma.
Ao filho que não tive, minha dor e minha lembrança infinitas...

Morte

Já me conformei com a morte inevitável.
Eu, deixando de existir, aos poucos, para você.
Eu, ser cujas parafernálias insignificantes são pó, perto de seus inúmeros afazeres de dedicação.
Eu, que sou só, e serei sempre assim, errante menina sufocante - e sufocada - pelo sonho que não teve direito de sonhar.
Eu, menina pouca, curta menina, pequena, baixa, aprendiz.
Eu nasci para sorrir esperança e morrer sonhos (todos se vão).
Eu, que sinto a falta da compreensão - não sinto falta da depressão...
Eu, menina que morre, calada em seu leito, aconchegada em seu próprio peito, que não fabrica o leite de mãe.
Eu, sem filho, sem lar, sem fé.
Perdida sem o que sou.
Menina do sorriso cansado, mulher desesperançada, rindo de si mesma - como coitada.

Se eu morrer...

(Para Paulinho)

 
Se eu morrer, deixo para você o meu amor
Deixo as flores que me deu com toda a alegria que senti
Deixo a você o que eu tenho de melhor, para fazê-lo sorrir
Eu deixo o perfume e a lembrança mais linda
Tudo de melhor sempre foi para você - e com você...
Se você me deixar ou não me entender
Se você não me olhar ou me ofender, ainda assim, o que é melhor é seu
O que eu tenho de bom é para você
Porque minha alma está condicionada ao seu sorriso
Se ele não existe, não há vida em mim
Sequer há alguma existência para chamar de "eu"
Porque sou sua
Em prosa e poesia
Se eu morrer e se eu viver...

domingo, 27 de abril de 2014

Eternidade (Para Paulinho)


Hoje a luz do sol e a brisa fria atuam em conjunto para um dia perfeito.
Vejo seu rosto tão perto. Cansado, mas sorrindo para mim, enquanto o vento chacoalha as folhas verde-brilhantes atrás de você. Essa é a imagem da felicidade. É o momento em que sinto uma vontade imensa de viver. Nunca esquecerei como tudo em você reluz e encanta cada fio de vida da minha alma e cada poro da minha pele. Sou completamente sua, no sentido mais inteiro e mais literal que existe para a palavra "completamente"; e, de fato, não existe nada mais preenchido do que eu, saciada por você.
Existe a metade e o pouco, que sou eu; e o inteiro e o muito, que somos nós. Não importa que haja adversidades. Serei fielmente seu escudo e sua lança - para defesa, ataque, risos ou lágrimas. São seus meus abraços, beijos carinhos e pensamentos - todos!
E, se um dia morrer de amor: eu vou, e o meu amor fica... Para você. De tão grande, eu o sei eterno. Infinito na sua existência, pois só existe a minha porque você existe. Se viver para sempre, viverei também, na minha ilimitada necessidade de o amar. Se morrer, vou antes para o acolher, sem nem ao menos me preocupar em sentir medo da morte. Afinal, não existe mesmo vida sem você. Eu sou sempre atrelada à sua, ao seu amor e ao seu peito,  minha casa e paz profunda, meu lar indestrutível, como tudo o que sinto por você. Lindo, perfeito, infinito. Todos os segundos agradeço o seu amor. Não haveria ar em meus pulmões se ele não fosse meu. Não haveria motivo para ser ou querer ser qualquer coisa que fosse.
Todas as poesias da minha alma são suas. Toda cor que enxergo brilha em você. Toda motivação em ser melhor vem dos seus olhos, que jamais quero vê-los decepcionados. Todos os meus sorrisos são seus.

Todos os meus desejos mais íntimos e indivisíveis clamam sua boca e seu corpo, porque sou exclusivamente sua. Tudo o que eu chamo de vida está em você, minha vida. E é fato que nada houve antes de você. E nada será, se não me houver você - razão única de eu saber o sentido de tudo: o amor - único, exclusivo e que não se repete.; norte verdadeiro e absoluto, em eternidade.