Lamento... Eu mascaro o choro que vem de dentro
Porque já sonhei mais
Porque já me senti mais linda
Porque esqueci o “para sempre” e o “jamais”
E a cada ida e vinda
Esse gosto que tanto faz...
Porque já sonhei com o Forte e as ondas batendo
Com o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor
Com os desejos ardendo
E em conhecer o Arpoador
E a vida é tinta
Que se desfaz...
Porque, logo eu, pequena errante,
vi do alto da roda gigante
A torre do Othon, que vislumbrei
O lugar que sempre sonhei
E a paisagem era linda
E eu, tenaz...
Um dia, o calçadão de Copa
Ou a festa perdida em Olaria
Um dia, a vida que roda
No outro, aqui sozinha (sofria...)
E a vida é infinita
E à razão nos traz...
Não há refrão que corrija o destino
Não há palavra que mude o presente
A paixão se vai com o desatino
E essa bebida não altera a mente
(Não suficientemente...)
E a coisa é tão finda
Que aos poucos se desfaz
(Ou deveria ser...
Há quem não tenha anoitecer...)
Talvez seja ainda mais forte
E mais “para sempre” que qualquer jura no altar
Porque existe quem seja o norte
O que nasceu para não acabar
E assim é ainda mais linda
a noite saudosa que se faz
Nos sorrisos dos olhos covardes
E dessas esperadas tardes
E a palavra não dita
(Boca calada e maldita)
Porque tenho que dizer adeus
E peço sentir menos disso tudo
A Deus...
Peço não sentir o luto
Terei de ficar junto aos meus...
Adeus ao anjo dos meus sorrisos
E ao dono de todos os calafrios
O que fez de mim um coração batendo
Uma manteiga derretendo
Um desejo corroendo
Muitas coisas melhores em mim
E essa saudade sem fim
Sem fim...
Porque a coisa é linda
E, em saudade, sempre se refaz...
E a coisa termina e se faz
E de tão infinita se refaz
Faz
Refaz
Satisfaz e não desfaz
Espera e traz
Mas é linda
E não termina
Nunca mais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário