sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Morte

Já me conformei com a morte inevitável.
Eu, deixando de existir, aos poucos, para você.
Eu, ser cujas parafernálias insignificantes são pó, perto de seus inúmeros afazeres de dedicação.
Eu, que sou só, e serei sempre assim, errante menina sufocante - e sufocada - pelo sonho que não teve direito de sonhar.
Eu, menina pouca, curta menina, pequena, baixa, aprendiz.
Eu nasci para sorrir esperança e morrer sonhos (todos se vão).
Eu, que sinto a falta da compreensão - não sinto falta da depressão...
Eu, menina que morre, calada em seu leito, aconchegada em seu próprio peito, que não fabrica o leite de mãe.
Eu, sem filho, sem lar, sem fé.
Perdida sem o que sou.
Menina do sorriso cansado, mulher desesperançada, rindo de si mesma - como coitada.

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