sábado, 27 de dezembro de 2014

Procuro um lugar


Procuro um lugar no amor que há em mim. Ele esmurra minhas veias e aperta meu coração quando está em estado de carência. O amor que tenho no peito é aquele que quer ser amado e me comove com tantos gritos de dor, de solidão.

Procuro meu lugar nas esperanças solitárias e em palavras humanas, que vez em quando sopram-me o ouvido e acarinham minha dor.

Procuro um lugar onde eu e minhas cansadas parafernálias sentimentais possam descansar. 

Esse mundo, que é o meu lugar, que pode ser o peito em que me aconchego e me sinto em casa, encontra-se ao meu lado - e cheio de poderes para me fazer feliz.

Todos os sorrisos, todos os carinhos e todos os olhares, que procuro nas lembranças alegres de minha alma, alimentam meu amor revoltado, até que fique louco de ansiedade - e deseje uma noite, pelo menos, com um comprimido de um calmante qualquer. 

E com tantos prantos sem que ninguém saiba, no vazio das tardes tão quentes, o medo de estar mais sozinha do que penso, com ilusões infantis, medindo gestos e palavras; e sentindo-me ainda menor que minha pequena estatura.

E nessa desesperadora situação em me encontro, não há a esperança, que um dia foi dona de mim; há, no máximo, a lembrança daquele tempo...
Aquele indizível tempo em que eu não era assim.

Nenhum comentário: